sábado, 19 de setembro de 2009

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

sábado, 5 de setembro de 2009

Chris Marker no MIS

Minha tarefa: visitar a exposição do Chris Marker no MIS, e a partir do registro feito na exposição, criar uma trilha sonora.

Busquei recortar as fotografias, escolhendo o que mais me interessava em cada uma delas. Para a trilha, Laurie Anderson, com Superman.





Olhar apenas como público, mas com a tarefa do registro, fez desta experiência um híbrido interessante. A escolha de fotografar a fotografia criou uma espiral em que a linguagem me fez refletir sobre ela própria.
Os recortes feitos com a câmera do celular me obrigaram a uma proximidade física com a obra que provavelmente não aconteceria se eu não estivesse comprometida com o registro, com a tarefa.

Como transportar o que não se nomeia, o que não se toca, na experiência presencial? Tentei, ainda lá, ouvir a essência do que seria depois materializado numa trilha sonora. Recolher elementos desse momento que é essencialmente fluido, juntar as sombras da memória e propor um novo olhar a partir do que restou do meu.







Havia ainda, no mesmo andar, a instalação Solar, de Rejane Cantoni e Leonardo Crescenti, que rendeu outra experiência/ experimentação, postada logo abaixo.

*por Stella Ramos, educadora e supervisora na exposição Cuide de Você, de Sophie Calle


quarta-feira, 2 de setembro de 2009

A descoberta do mundo

Ontem me lembrei de como é bonito olhar uma pessoa do começo. No mês que espera a primavera, quando o mundo se espreguiça para por-se à mostra, ele descobriu a lua.

Num primeiro impulso pediu colo, tentando alcançar aquela luz arredondada e suave – o sol ainda nos acompanhava de volta da escola à casa. Gostou mais de descobrir que ela nos seguia, curiosa. Companheira já feita, brincou de esconder atrás das árvores, dos prédios, dos fios; reapresentava-se em sustos, altaneira, provocativa. Acompanhou-nos até a porta, numa breve despedida, até instalar-se na janela, definitiva.

Câmera de celular: Stella Ramos e Alberto Tembo

Interpretação do Dueto das Flores, da ópera Lakmé, de Léo Delibes: Natalie Dessay

Trechos do poema O universo, de Olavo Bilac

Por Stella Ramos

terça-feira, 1 de setembro de 2009

O Grafite da Vovó

Eu fui à galeria Choque Cultural em Pinheiros. Tinha que fazer um vídeo contando essa experiência para minha avó.
Como ela já morreu, eu passei no cemitério e busquei-a para mostrar o que é o grafite. Fomos conversando e vendo os grafites da rua. Depois entramos e vimos uma linguagem parecida dentro da galeria.
Veja, então, o que a minho vó achou de tudo isso ...

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Início de conto






A menina acordou, olhou seu cobertor de flores de outono.

Havia dormido demais .
Pela fresta da janela que deixava o sol amarelar o quarto de um amarelo que costumamente não se vê nas estações frias, entraram uma a uma estas palavras:



"No próximo inverno , vá pela Cidade das Luzes em busca de respostas, terá chegado enfim a hora. Jamais desvie-se do seu caminho e siga sem deixar-se cegar; tentações e obstáculos não faltarão durante sua caminhada.Mas lembre-se: só ao final do caminho encontrará a resposta que procura.''



No vilarejo onde a a menina mora os jovens assim que chegam a uma certa idade são enviados a lugares do mundo para buscarem respostas - todos eles neste momento estão empapuçados de perguntas, às vezes perigosas, que causam males horríveis se não respondidas tanto para quem pergunta quanto para quem é indagado , e por conseguinte ao mundo, que só se move se os ciclos de perguntas e respostas forem cumpridos. Fora do vilarejo esta tradição por muitas vezes é esquecida, razão esta a que se deve o mundo duvidoso que vemos , ou pensamos ver, hoje em dia. Quando não as perguntas são mal feitas e resultam em respostas tortas - por isto a frequente impressão de que o mundo está fora dos eixos¹.




É claro que depois de encontradas, as respostas tem de serem trazidas de volta ao vilarejo pela pessoa, já transformada por ela em algo que as outras pessoas possam ver, ouvir, tocar, degustar, ou deglutir de modo que assim ela possa devolver ao mundo o que ele lhe deu. Essas respostas então são expostas em praça pública para que o maior número de pessoas possa se beneficiar delas.


O outono passou, o inverno chegou e a hora da menina cumprir sua missão também. Arrumou suas coisas e saiu sem se despedir. Não sabia quanto tempo levaria para voltar, o que é comum em ocasiões nas quais se vai em busca respostas.


Dos portões do vilarejo avistou a luz branca do sol que empalidecia as colinas e esbranquiçava o lago onde se lembrava ter mergulhado quando criança.


1. " The world is out of joint. Oh cursed spite! That ever I was born to set it right." (Hamlet, rapaz dinamarquês dado as dúvidas e inquietações).





II


Logo seus pés se viram fora do vilarejo. Deu um passo, dois, e ao caminhar do terceiro tropeçou em caixa redonda da cor do chão, com o seguinte símbolo na tampa:




Ninguém a disse mas ela sentiu que a caixa era sua - como de fato era - e deu-se o direto de abrí-la. Dentro da caixa havia um guarda-chuva sem cor, óculos redondos e pretos e um envelope em que estava escrito na frente:


?


E no verso



ABRA-ME NO FIM DO CAMINHO.



III


Quando a menina desceu do trem deu uma volta de torno de si mesma e olhou ao redor. Um pianista tocava algo, mulheres maquiadas riam alto ....











Exposições: File2009,Ocupação Zé Celso/ Itaú Cultural.

Por Natalia Oliveira.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

grau zero

pessoal, aqui estão minhas reflexões acerca da exposição "grau zero"!



[ps.: tive que mudar o layout do blog porque o box do youtube não estava cabendo 
no outro, ficava cortado quase que pela metade]

livia

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Visita ao Centro Cultural São Paulo

Bom, depois de almoçar no japonês da Manuel da Nóbrega - aliás, recomendo muito uma visita até esse restaurante, que não lembro o nome, mas fica na rua citada, em frente ao trampolim do Ginásio do Ibirapuera - rumei, ou melhor, rumamos eu e Lais para o CCSP.





Acima parte do nosso trajeto dentro de um ônibus em plena Av. Paulista. Abaixo uma foto da placa que avisa para ter cuidado com o degrau dentro do ônibus, devidamente modificada por um usuário.




No Centro Cultural São Paulo acontecia a primeira mostra de exposições individuais do Programa de Exposições 2009. Dentre algumas exposições, destaco a de Paulo Nazareth, artista de Minas Gerais. Minha missão? Escrever um conto infantil sobre a minha experiência. Putz! Abaixo, publico uma foto da instalação de Nazareth e a minha tentativa de escrever esse conto.

Paulo vem de longe.
Traz na sua bagagem muito mais do que roupas. Traz pequenos tesouros.
Na sua mala tem fotografias, recortes de jornais e revistas, papéis novos e velhos, um cofre com abertura para colocar moedas.
Paulo chegou ao seu destino.
Sobre algumas mesas, espalha suas coisas.
Paulo vende bananas. Bananas e arte contemporânea.
Mas, nem tudo está à venda. Alguns dos tesouros de Paulo são apenas para serem visto.

*Fábio Tremonte é artista plástico e educador na exposição Cuide de você



domingo, 23 de agosto de 2009

LA RECHÈRCHE PAR RANCIÈRE

Quarta- feira,dia 5 de agosto,recebi um envelope com instruções para um laboratório móvel.Minha tarefa era ir sexta-feira à exposição de Anna Bella Geiger no Espaço Caixa Cultural da Sé.Não conhecia o trabalho da artista e depois vim a descobrir que minha única referencia sobre Anna era a musica que Marina Lima fez em sua homenagem, que o Flavio adora e já havia me cantado um pedaço no nosso primeiro dia de treinamento.
Sexta-feira,dia 7 de agosto, as 10h45 cheguei à Sé para ver a exposição.Enquanto do lado de fora,uma multidão se aglomerava em torno de repentistas e pastores,o interior da Caixa era silencio e corredores vazios.O espaço era bem pequeno,um pouco desleixado em sua apresentação.Estava com Sophie Calle na cabeça e as primeiras coisas que me chamaram a atenção na verdade foram algumas palavras no texto de parede.

Durante todo nosso treinamento para a exposição Cuide de Você, esta foi palavra recorrente devido ao nosso estudo do livro Estética Relacional do Bourriaud.Ame ou odeie,o fato é que me parece impossível não pensar que encontros são esses que uma galeria,espaço cultural oferecem. Encontro entre pessoas?Entre publico e obra?Encontro mais metafísico?Naquele espaço eu encontrei Sophie,ou na verdade ela já está comigo faz tempo e eu não consigo deixa-la.Essa Calle pode ser mesmo muito controladora!No dicionário,camuflagem é ato de camuflar.Camuflar é verbo transitivo direto e significa esconder-se ou disfarçar-se,podendo em sentido figurado ser também dissimular.E Sophie não faz um pouco disso também?Não brinca de esconde-esconde com o publico que indo ver a carta de rompimento acha que adentra em sua “intimidade” quando na verdade é ao contrário?Na verdade ela está bem resguardada e linha tênue entre ficção e realidade colocada em seu trabalho faz com que cada vez que alguém ache que a “chave” para entende-la está em sua vida pessoal,cada vez mais essa pessoa se afasta de sua obra.Mas voltemos a Geiger. Me chamou bastante atenção algumas fotos da década de 70,nas quais ela faz uma foto-montagem em frames de um filme de Bertolucci,assim aparecendo no canto e também em fotos com Warhol.Coisa simples e corriqueira hoje em dia, que qualquer um pode com ajuda de photoshop fazer. O interessante não é a montagem em si, tosca ,mas o porque de se estar dentro de uma galeria,o porque ser obra e o fetiche em fazer parte da história.Sim porque ela não aparece como amiga do Zexinho,mas daquele que disse que no futuro todos teríamos 15 minutos de fama.
A fotografia como documentação do real,o documento histórico como imaculado e portador da verdade.O que separa realidade e ficção?O que é realidade?Com estas questões na cabeça,me sentei num banquinho e peguei o meu envelope,com um grande ? . Existia uma tarefa secreta a ser feita,que só poderia ser descoberta dentro da exposição. Abri o papel e o li:
LER O MESTRE IGONORANTE DE JACQUES RANCIÈRE E REFLETIR SOBRE SUA EXPERIENCIA.


Foi a primeira coisa que pensei e junto, onde vou arranjar este texto?!!
Mais tarde,12h45 cheguei em casa me perguntando onde iria conseguir o texto.A primeira coisa que fiz foi procurar na apostila,nada. Deve estar em algum dos e-mails trocados durante o treinamento,eram tantos textos,nada!Decidi postergar a tarefa por um tempo.Às 14h40 voltei a ficar preocupada em como iria executa-la,fui para o computador consultar o grande oráculo,google.
14h45

Amaldiçoei os deuses e minha inabilidade para achar qualquer e-book que seja

14h50



ótimo!Agora para a página 17.Mas...



15h05

Um pouco desesperada,procurei outras alternativas...

Logo, se mostraram inviáveis.Não havia mais para onde ir.
15h40
Joguei a toalha e resolvi fazer uma outra coisa com o laboratório. Uma busca por Rancière .Fotografando páginas da internet e seus horários de busca.
Devo ter começado a busca à noite,ou será que foi no dia seguinte?Fotos e horários como diário de bordo são provas empíricas de minhas ações?
Qual a linha tênue entre ficção e realidade?
Postado por Malu Andrade

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Este vídeo é a produção do Paulo em visita a exposição Argentina Hoy no Centro Cultural Banco do Brasil no dia 05 de agosto do ano de 2009.